Aprenda a rezar o Terço da Misericórdia
O Terço da Misericórdia é uma das orações mais populares entre os católicos nos dias de hoje. As orações simples e rápidas são facilmente aprendidas e recitadas com muito fervor, clamando a Deus por misericórdia.
A história da devoção ao Terço da Misericórdia começou com uma freira polonesa, irmã Faustina Kowalska, que recebeu do próprio Jesus a revelação para que rezasse e ensinasse a todos os cristãos este terço.
Você ainda não saber rezar o Terço da Misericórdia? Confira, a seguir, como surgiu e como rezar esta poderosa oração.
Como rezar o Terço da Misericórdia?

Para rezar este terço, você usará o mesmo terço do Rosário de Nossa Senhora, sendo que ao iniciar, rezará um “Pai Nosso”, uma “Ave Maria” e o “Credo”. Em seguida, seguem-se as orações específicas nas contas do terço, clamando a misericórdia divina.
– Nas contas grandes, reza-se: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro”.
– Nas contas pequenas, reza-se: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro”.
– No fim do terço, rezar três vezes esta oração: “Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”.
Como surgiu o Terço da Misericórdia?
O terço da Misericórdia é uma oração que foi revelada pelo próprio Jesus a uma freira da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, a irmã Faustina, hoje Santa.
A história da irmã, desde muito jovem, foi de profunda intimidade com Deus e de escuta acerca dos desígnios d’Ele para sua própria vida. Ela nasceu em 25 de agosto de 1905, na Polônia. Em vida, ela escreveu um extenso diário com as orações e revelações divinas, onde relata que, aos sete anos de idade, ouviu pela primeira vez a voz de Deus em sua alma. Em 1920 e 1922, manifestou o desejo de entrar para o convento, mas seus pais não permitiram.
Foi somente em 1925, com 20 anos, que conseguiu cumprir essa vontade de Deus em sua vida e entrou para a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, em Varsóvia. Lá, continuou seu caminho de intimidade com Deus, de escuta e de obediência.
Em 1931, depois da profissão dos votos perpétuos e de atravessar uma “noite escura” de provações, físicas e espirituais, Jesus começa a revelar-se de maneira especial à Santa Faustina. Em seu diário (n. 47), diz: “Da túnica entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho e outro pálido. (…) Logo depois, Jesus me disse: Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós”.

As revelações e os diálogos entre Santa Faustina e Jesus continuaram por toda a vida da santa. Foi no dia 13 de setembro de 1935, que Santa Faustina teve a revelação do terço, assim como está descrito em seu Diário (n. 474 a 476):
No dia seguinte, na sexta-feira 13.09.1935.
À noite, quando me encontrava na minha cela, vi o anjo executor da ira de Deus. Estava vestido de branco, o rosto radiante e uma nuvem a seus pés. Da nuvem, saíam trovões e relâmpagos para as suas mãos e delas só então atingiriam a terra. Quando vi esse sinal da ira de Deus, que deveria atingir a terra, e especialmente um determinado lugar que não posso mencionar por motivos bem compreensíveis, comecei a pedir ao anjo que se detivesse por alguns momentos, pois o mundo faria penitência. Mas o meu pedido de nada valeu perante a ira de Deus. E foi nesse instante que vi a Santíssima Trindade. A grandeza da Sua majestade transpassou-me profundamente e eu não ousava repetir a minha súplica. Porém, nesse mesmo momento senti em mim a força da graça de Jesus que reside na minha alma; e, quando me veio a consciência dessa graça, imediatamente fui arrebatada até o trono de Deus. Oh! Como é grande o nosso Senhor e Deus, e como é inconcebível a Sua santidade! E nem seque vou tentar descrever essa grandeza, porque em breve todos O veremos como Ele é. Comecei, então, suplicar a Deus pelo mundo com palavras ouvidas interiormente.
Quando assim rezava, vi a impossibilidade do anjo em poder executar aquele justo castigo, merecido por causa dos pecados. Nunca tinha rezado com tanta força interior como naquela ocasião.
As palavras com que suplicava a Deus eram as seguintes: Eterno Pai, eu vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro; pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós.
No dia seguinte, pela manhã, quando entrei na nossa capela, ouvi interiormente estas palavras: Toda vez que entrares na capela, reza logo essa oração que te ensinei ontem. – Quando rezei essa oração, ouvi na alma estas palavras: Essa oração serve para aplacar a Minha ira. Tu a recitarás por nove dias, por meio do Terço do Rosário, da seguinte maneira: Primeiro dirás o Pai-Nosso, a Ave-Maria e o Credo. Depois, nas contas do Pai-Nosso, dirás as seguintes palavras: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro”. Nas contas de Ave-Maria rezarás as seguintes palavras: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro”. No fim, rezarás três vezes estas palavras: “Deus Santo, Deus Forte, Deus imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro”.

Depois de ouvir o pedido do Senhor, Santa Faustina levou esta mensagem à madre superiora e, seguindo as orientações da Igreja, todas as irmãs começaram a rezar diariamente na capela do convento. Após a morte da irmã Faustina Kowalska em 1938, o arcebispo de Varsóvia autorizou o culto à Divina Misericórdia. O Diário e os demais escritos foram enviados para análise no Vaticano e, ao mesmo tempo, a devoção popularizou-se na Polônia.
Por um erro de interpretação dos escritos de Santa Faustina, o Diário foi incluído entre os livros proibidos da Igreja em 1959. Entretanto, em 1965, o cardeal-arcebispo de Cracóvia, Karol Wojtyla – que tornou-se mais tarde, em 1978, o Papa João Paulo II – reabriu o processo sobre as revelações de Santa Faustina e pôde compreender melhor suas vivências místicas.
Ainda em 1978, um decreto da Santa Sé reabilitou a devoção à Divina Misericórdia em todo o mundo e, em 2000, o Papa João Paulo II instituiu o segundo domingo da Páscoa como o Domingo da Divina Misericórdia. A Irmã Faustina Kowalska foi beatificada em 1993 e canonizada no ano de 2000.
Você quer conhecer o Diário de Santa Faustina? Clique aqui e veja como adquirir.
————-