Como ser mais íntimo de Nossa Senhora?

Como é bonita a relação dos filhos com a mãe. Nela existe amor, carinho, confiança, respeito, apoio e compreensão. Assim deve ser a nossa relação com Nossa Senhora, Mãe de Jesus e de toda a Igreja.

Ela, em Seu infinito amor entende nossas angústias, compreende nossas fraquezas, respeita nossas dificuldades, acolhe nossas súplicas e intercede por nós junto ao Pai.

Grandes líderes católicos confiaram e se entregaram a Maria ao longo da história. O Papa João Paulo II, por exemplo. Aos 8 anos de idade perdeu sua mãe e adotou Nossa Senhora como protetora por toda a vida. Confiou N’ela ao longo de seu sacerdócio, episcopado e, principalmente, nos quase 27 anos à frente da Igreja como Sua Santidade. O lema do seu pontificado, “Totus Tuus”, com origem no latim a expressão significa todo de Maria. Foi sua declaração de amor, devoção e consagração a Nossa Senhora.

Assim como o Papa João Paulo II, também nós podemos criar e viver essa intimidade com a Nossa Mãe, Maria. Ela certamente nos ajudará a sustentar a nossa vocação com força e fé. Lembrando que, a autêntica devoção a Maria sempre conduz a Cristo. Com Seu amor maternal, Nossa Senhora é geradora de “irmãos” para seu Filho, e nos pede disposição para viver até às últimas consequências a Verdade e a Vida que Jesus nos oferece.

Quando criamos maior intimidade com Maria, por consequência ficamos mais íntimos de Cristo e do próprio Deus.

Por isso, por meio de algumas atitudes e comportamentos diários podemos criar esta conexão com Nossa Senhora.

1. Viver as virtudes de Maria

A Virgem Maria realiza da maneira mais perfeita a obediência da fé. Na fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazida pelo anjo Gabriel, acreditando que “nada é impossível a Deus” (Lc 1,37 e dando seu assentimento: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Isabel a saudou: “Bem-aventurada a que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido” (Lc 1,45). É em virtude desta fé que todas as gerações a proclamarão bem-aventurada (CIC 148).

Assim, pela Sua fé e por Suas virtudes Nossa Senhora é modelo para todos nós. Como ela, procuremos viver com humildade, exercitar a paciência e obediência, buscar a pureza, agir com fidelidade, servir com amor, estar em oração constante, ser doce ao falar e agir, falar quando necessário, silenciar quando oportuno. Parece difícil, mas aos poucos é possível desenvolver essas caraterísticas. Busque força na própria Virgem Maria!

Leia também:

• O que aprendemos com os santos de devoção?
• Grupo de Oração: ação de Deus na vida de muitas famílias

• Oremos com Nossa Senhora

Maria viveu com sua família em Nazaré, um povoado da Galiléia. Teve uma simples, cuidava dos afazeres diários e junto dos pais lutava para garantir o sustento. Em seu cotidiano sempre havia espaço para rezar. Maria prestava atenção a tudo e se colocava em oração. 

A oração da Bem-aventurada Virgem foi sempre contínua e perseverante. “Importa orar sempre e não cessar de o fazer” (Lc 18, 1). Por Sua fé e oração, em momento algum da vida de Nossa Senhora encontramos desesperança ou tristeza, Maria sempre encarava tudo com ânimo e coragem.

Podemos refletir sobre o grande exemplo de entrega e submissão de Maria por meio desta oração:

“Minha alma glorifica ao Senhor; meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventuradas todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. Manifestou o poder do seu braço, desconcertou os corações dos soberbos. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.” (Lc 1, 46b – 55)

Nossa Senhora já apareceu inúmeras vezes às pessoas pelo mundo. Algumas delas se tornaram santas, inclusive. Nas aparições, o que sempre ela pediu foi oração. Portanto, para ficarmos mais íntimos da Virgem Maria devemos rezar.

A nossa oração, com Maria, recupera o sentido genuíno da fé, da esperança e do amor. Santo João Paulo II disse em uma de suas audiências: Maria é educadora do povo cristão na oração e no encontro com Deus.

Ao falar com Nossa Senhora por meio da oração, somos acolhidos por esse colo de mãe e pelas melhores mãos que podem enxugar nossas lágrimas.

“A menor oração à Mãe de Deus não fica sem resposta.” (Santo André Corsino)

• Amemos Jesus Eucarístico

Segundo Santo Hilário, a maior alegria que podemos dar a Maria Santíssima é a de levar Jesus Eucarístico no nosso peito.

Quando olharmos para Jesus no Santíssimo Sacramento diante do altar, devemos ser gratos a Virgem Maria, pois por meio D’ela é que tudo foi possível. Nossa Senhora foi o primeiro sacrário vivo.

Ela praticou a fé eucarística ainda antes de ser instituída a Eucaristia, quando aceitou em seu ventre a encarnação do Verbo de Deus. 

O Papa João Paulo II, na Carta Encíclica: ‘Ecclesia de Eucharistia’, aborda a Eucaristia e sua relação com a Igreja. Por meio dela, ele afirma:

Em cada eucaristia, Jesus Cristo, vivo e ressuscitado, dá aos cristãos a Virgem Maria. “Viver o memorial de Cristo na Eucaristia implica também receber continuamente este dom” (Ecclesia de Eucharistia, nº. 57). Portanto, quando amamos Jesus Eucarístico nos tornamos mais íntimos de Nossa Senhora.

Por isso, aproximemo-nos de Maria, como filhos. Ela nos aproxima do Senhor e nos acalenta diante de tantas realidades difíceis. Com Nossa Senhora aprendemos a viver a verdadeira intimidade de filhos de Deus.

 “Nos deste a Tua Mãe como nossa, para que nos ensine a meditar e adorar no coração. Ela, recebendo a Palavra e colocando-a em prática, fez-se a mais perfeita Mãe”. (São João Paulo II)