Corpus Christi: a manifestação pública da nossa fé
Nas quintas-feiras, depois da oitava de Pentecostes, a Igreja celebra a festa de Corpus Christi, mais precisamente depois da festa da Santíssima Trindade. A solenidade foi oficializada em 1264, pelo Papa Urbano IV, após revelações recebidas por Santa Juliana de Cornillon.
Santa Juliana, aos 16 anos, quando morava num convento de monjas agostinianas, teve uma visão. Nela, viu a lua com uma faixa que a atravessava. Ela compreendeu que a lua simbolizava a Igreja e que a faixa escura representava a ausência de uma festa litúrgica em que se adorasse o Santíssimo Sacramento.
Após revelar o segredo da visão, a solenidade logo se tornou popular nos territórios próximos. Depois, tornou-se uma festa popular nacional, celebrada em toda a Bélgica. E, por fim, espalhou-se, ficando conhecida e propagada em todo o mundo.
O Milagre
Além das visões de Santa Juliana, outro acontecimento serviu para estabelecer a festa de Corpus Christi na liturgia da Igreja. Em 1264, um sacerdote na Alemanha, que tinha dúvidas sobre a verdade da transubstanciação, presenciou um milagre. Ao celebrar a Santa Missa, no momento da consagração, ele viu escorrer sangue da Hóstia Consagrada.
Impressionado, levou a relíquia até o Papa Urbano IV que, já ciente das visões de Santa Juliana e, agora também movido pelo acontecido, publicou em decreto a instituição da festa do Corpo de Cristo.
A tradição
A solenidade de Corpus Christi é uma expressiva manifestação pública da fé no Sacramento da Eucaristia. Ela é a procissão mais importante da liturgia, pois é a única em que o Santíssimo Sacramento, necessariamente, sai da igreja para percorrer as ruas. Por isso, todos os fiéis são chamados a participar, pois é justamente a devoção da comunidade, que dá a ela um sentido especial.
No Brasil, uma tradição ganha as ruas das cidades durante a solenidade: os longos tapetes ornamentados, feitos exclusivamente para a procissão Eucarística. Eles são confeccionados pelos fiéis, com diversos materiais e muitas cores, que formam desenhos de inspiração religiosa.
A passagem pelo tapete tem um significado muito especial. O ostensório, que armazena o Corpo de Cristo na Hóstia Consagrada, é carregado pelo sacerdote pelas ruas enfeitadas, e os fiéis só podem pisar nos desenhos após a passagem do padre. É uma representação de que Jesus andou por ali e foi recebido pela comunidade com um belo tapete pelas ruas da cidade.